sábado, 1 de agosto de 2015

Sobre séries: minhas séries favoritas que estão no ar



            Grande parte do meu tempo livre é dedicada a séries de TV. Assisto muitas, sim. Por isso venho aqui listar – e indicar – algumas que assisto hoje em dia. Meus estilos favoritos são as séries com teor sobrenatural, suspense e algum nível de horror ou então séries históricas ou inspiradas em personagens históricos. Essa será a primeira parte de uma sequência temática de indicações.








Penny Dreadful





Começo com a minha favorita do momento e que fica radiante sobre o mais alto dos pedestais: Penny Dreadful. A série é produzida pela Showtime (Dexter, Homeland) e sua primeira temporada estreou em maio do ano passado, 2014. A premissa da série é reunir alguns personagens clássicos da literatura gótica e criar novas tramas para vivenciarem. Entre eles estão Victor Frankenstein e sua Criatura (Mary Shelley) e Dorian Gray (Oscar Wilde), além de personagens inspirados na literatura, como Sir Malcolm Murray, pai de Mina Murray de Drácula (Bram Stoker), que não existe no livro, além da melhor amiga de Mina, Vanessa Ives. A princípio essa premissa se parece muito com A Liga Extraordinária, e podemos fazer paralelos entre quase todos os personagens de ambas histórias. Sir Malcolm Murray é um explorador com continente africano, exatamente como Allan Quatermain, há um jovem aventureiro norte-americano chamado Ethan Chandler que pode ser facilmente comparado ao Tom Sawyer da versão cinematográfica da Liga e Mina Murray e Dorian Gray estão em ambas as tramas. A expectativa dos fãs de Penny Dreadful é, inclusive, que Dr. Jekyll e Mr. Hyde apareçam em algum futuro próximo.
Terminadas as comparações, vamos à série em si. Os primeiros três episódios da primeira temporada não me passaram firmeza. Foram fracos e ainda não era possível definir o grau de semelhança com a Liga. A partir do quarto episódio a série começou a mostrar todo o potencial maravilhoso que tem. A partir dai começamos a conhecer bem a Criatura de Frankenstein que, assim como nos livros, é maravilhosamente retratado. A série consegue captar toda a essência do personagem, o transformando em um de seus pontos altos. Outro ponto alto é Vanessa Ives, uma mulher confusa e que luta para descobrir seus poderes e potencial. A atuação de Eva Green para essa personagem está simplesmente fenomenal.
Todos os personagens da série são bem trabalhados, apesar de não haver tempo para aprofundar cada um deles como gostaríamos. A segunda temporada, que supera a primeira, traz em sua trama a questão da bruxaria, que é retratada com a maior seriedade que já vi em alguma série. Esqueça American Horror Story – Coven, esqueça Salém. Penny Dreadful é uma “série séria”, leva todos os seus assuntos com o maior respeito e não há lugar para cenas ou temas mais descontraídos ou subvertidos, como nas outras séries citadas. É uma série que respeita a literatura que retrata e o faz com maestria. É lindo de se ver. Um dos primeiros episódios da segunda temporada retrata a jornada de Vanessa para e para aprender sobre si mesma e a controlar seus poderes espirituais. Vanessa tem como mentora uma bruxa “Daywalker”, ou seja, uma bruxa que usa seus poderes para o bem. O contraste com as bruxas “Nightcrawler”, que trabalham a serviço de Satanás é maravilhoso, e com certeza esse é meu episódio favorito da série até o momento.
A primeira temporada de Penny Dreadful possui um total de 8 episódios e a segunda 10 episódios. Devo avisar que a série tem seu próprio ritmo, um andamento desacelerado e muito sensível, é um trabalho artístico e pode ser considerado lento para quem não está acostumado. A verdade é que tudo acontece em seu tempo.

Assista se gosta de: literatura gótica, suspense, clássicos de horror da Universal e a estética do séc. XIX.

Bônus pra trilha de abertura que é sensacional (composta por Abel Korzeniowski). 

 




The Americans





Vamos agora a minha série histórica favorita: The Americans. Criada pela FX, a série estreou em 2013 e conta, até o momento, com três temporadas. A trama se passa durante a Guerra Fria, mais especificamente na década de 1980 e retrata a vida de um casal de espiões soviéticos que vivem nos Estados Unidos. Philip (Matthew Rhys) e Elizabeth (Keri Russel) vivem no país já há muitos anos, casados e com dois filhos. A série retrata como o casal executa suas missões secretas em meio a uma vida pacata do American Way of Life (seus empregos “oficiais” são de agentes de viagens) e as dificuldades que encontram em esconder essa vida secreta de todos ao seu redor, principalmente seus filhos. A situação começa a ficar mais complicada quando na casa ao lado se muda uma nova família. O pai dessa família, Stan Beeman (Noah Emmerich) é um a gente da CIA cuja missão é nada menos do que combater a ameaça soviética.

Assim sendo, durante as três temporadas existentes até o momento, acompanhamos as missões secretas do casal, seu relacionamento – inclusive a amizade entre Stan e Philip – com seus vizinhos e subtramas incluindo outros personagens que são interessantíssimas. The Americans não é uma série fácil de se compreender. Suas missões – sendo do casal soviético ou da CIA – são muito complicadas e detalhadas, e é necessário prestar muita atenção nos detalhes que nos são apresentados. Também é necessário, claramente, algum conhecimento sobre esse período histórico. Muitas das tramas que surgem durante a série são relacionadas a momentos específicos dessa guerra, como, por exemplo, na terceira temporada quando Elizabeth e Philip se envolvem em missões fundamentais para o andamento da Guerra do Afeganistão de 1979 a 1989.

Algo interessante nessa série, diferente das maiorias dos filmes que retratam a Guerra Fria, é que não exatamente um “partido” tomado pela produção. Nós expectadores nos vemos torcendo pelos dois lados do jogo, nos afeiçoamos por todos os personagens e é muito difícil ver uma dualidade onde um lado sejam mocinhos e o outro vilões. É tudo um jogo de poderes e ambos os lados tem seus crimes e suas virtudes.

Cada uma das três temporadas de The Americans tem 13 episódios e a quarta temporada deve estrear por volta de maio ou abril de 2016. 

Assista se gosta de: História, espionagem, Guerra Fria, cultura russa (há diversas falas em russo além de elementos culturais) e de uma boa série inteligente.



Bônus: The Americans levou o prêmio de melhor série de drama no Critic’s Choice TV Awards neste ano, por sua terceira temporada. 






                                                                                                                                                 

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